domingo, 8 de novembro de 2015

Ninguém resiste a uma dança

Devo dizer que quem nunca teve suas próprias teorias que pule da ponte (porque atirar a primeira pedra é piegas). Mesmo que certas teorias pessoais não sejam totalmente lógicas, ou possíveis, não há nada melhor que compartilhar suas ideias mais insanas e imprevisíveis. E não sou diferente, nem um pouco, possuo muitas teorias e minha favorita é a que ninguém resiste à um bom convite para dançar. Por pior bailarino que seja, por pior que sejam suas coordenações motoras ou sua musicalidade, o convite de sentir um corpo próximo ao seu e descobrir como os batimentos do outro alguém trabalham em sua companhia é praticamente irresistível.
A primeira vez em que dancei para valer com alguém, foi ao som de "Your Song", enquanto Elton cantava uma de suas versões acústicas, eu me esforçava ao máximo para não rir ou ruborizar por conta da minha falta de noção com os pés. E acabei percebendo que por mais nova que seja a experiência de ser conduzido por alguém, é uma das melhores sensações que se pode presenciar enquanto uma de suas músicas eternizam o momento.
E por mais conveniente que seja a música, como um sertanejo pré-coreografado ou uma valsa em que aprendemos com algum parente, a  melhor parte consiste em ouvir algo clássico e surpreendentemente ser cogitado para compartilhar o instante. Porque o jazz, o blues e o R&B intensificam toda dança. Pois assumo que não sou nenhum pé-de-valsa, me embramo com meus pés e com os braços da outra pessoa, e prefiro assim. Não exijo uma dança retirada de "Perfume de Mulher", prefiro atrapalhado, com giros, abraços, risos e beijos. Que seja na cozinha, na sala, sem música, sem roupa, sem pretexto e sem pudores. Que seja especial, que seja eterno enquanto os passos fazem jus à música. E que seja como minha teoria, porque ninguém resiste a uma dança.

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