quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Samba, canção e malandragem

Ela chega e logo se encarrega de tirar o sapato de salto e a calça jeans que a apertaram o dia todo no trabalho e na faculdade, toma um banho e pega o meu shorts em baixo do travesseiro. Ela se sente confortável daquele jeito. 
O bumbum redondo e as coxas grossas preenchem todo o espaço, fazendo com que minha simples bermuda de dormir se transformasse numa lingerie da
 Victoria Secrets.
Ela passeando pela casa descalça, na ponta dos pés, só de sutiã e com minha samba canção é a composição mais linda de todos os tempos. É algo como se os mestres do samba como Cartola, Nogueira, Adoniran, Arlindo e Zeca tivessem se reunido pra compor o samba mais incrível de todos os tempos e esse samba fosse ela.
Ela é incrivelmente linda de todas as formas e qualquer coisa abaixo disso seria uma ofensa. Quando quer surpreender e coloca um conjunto transparente com rendas e cinta-liga, ou quando dorme só de calcinha, com uma blusa larga, das que cabem duas dela dentro e as mangas chegam a escorregar quando ela ergue os braços pra se espreguiçar e coçar os olhos.
Ela é música para os meus olhos. Sim, desse jeito sem sentido mesmo. Ela é samba de roda, o partido mais alto que põe qualquer malandro no bolso, mas ela preferiu me colocar no peito.
Eita malandro de sorte eu sou!


- Diego Henrique, escritor da "Somente sobre nós".


(Porque Diego ganhou meu coração com esse texto, e precisei compartilhá-lo com aqueles que conhecem minha escrita e acima de tudo, minhas paixões.)

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Que sejamos exatos

Há momentos em que é possível se dar conta de que alguém apareceu para somar nossos momentos intensos e subtrair nossas preocupações. Mas o ponto aqui é que pela primeira vez, me decidi por dividir. Dividir com você um chopp, enquanto o garçom nos observa rir como se fosse impossível equalizar o tom da diversão que insistia em ser exposta. Dividir com você histórias, desde as que permearam minha infância às que se fazem presente no cotidiano enquanto não estamos juntos. Dividir com você meus amigos, já que são coadjuvantes de minhas maiores histórias e os criadores de boa parte de minha vida. Dividir com você minhas madrugadas, confundindo as entrelinhas com as metáforas de suspiros. Dividir com você minhas manias, que descrevem toda minha personalidade. Dividir com você meus apegos, meu afeto não usual e meus beijos mais exasperados. E então, dividir com você minha vida, mostrando que desde que chegou tudo o que quis foi multiplicar os segundos ao seu lado.

Ela será sua maior aventura

Você está pensando nela, sei disso. Sua cara de bobo apaixonado o entrega, e esse sorriso largo é o mesmo de todos os dias em que você a visitou, também tem falado mais dela, diz que se irrita com sua teimosia mas não o vê sem a mesma, e se entrega quando diz que não gosta do modo como ela esquece de dar atenção a você pelas inúmeras pessoas que disputam por sua atenção quando saem, mas se sente mal quando rouba toda a atenção para si.
E especulando sobre o tempo no tempo. Devo alertá-lo, ela não será habitual como todas as outras, por mais que você acredite que com o tempo ela passará a seguir os padrões de parceiras passivas e entediantes. Afinal, cada dia ao lado dela será uma aventura, das quais o coração se encontra acelerado o tempo todo, e os instantes se tornam horas de insanidades sublimes. 

Desista caso queira uma namorada tradicional, isto é, sabe bem que se ela puder escolher entre sentar numa roda bebendo cerveja com seus amigos discutindo política e bobagens à ir para a algum local onde os saltos são tão finos quanto a humildade das que proferem palavras menos que necessárias falar sobre o modelo da revista desse mês, ela será a primeira a pegar a cerveja. Quando chamá-la para sair, ela não passará horas se arrumando para que os outros homens vejam o quão maquiada e "linda" ela pode ficar, e sim que ela ficará linda para você numa noite de vinho, amor, música e somente você. Não espere que ela sinta ciúmes de qualquer garota que se aproxima, deve conhecê-la tempo o bastante para entender que para ela essa palavra sempre foi mais do que uma discussão por pessoas que se sujeita a atrapalhar eternidades. E ela não será propriedade sua, sairá sem você, passará noites com as amigas e com os amigos caso você não possa acompanhá-la e viajará sem você caso convenha. Te chamará para dançar na chuva, fará o possível e o impossível para vê-lo sorrindo, estará ao seu lado quando precisar, te empurrará da cama por mais que reclame, te apertará nos abraços mais inconvenientes e fará com que toda noite, ela ainda permaneça em seus pensamentos. E no final, sempre estará contigo, porque no fim de toda aventura o que prevalecem são as memórias das mesmas, e principalmente, com quem as compartilhamos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Ela é felicidade de canto a canto.

Ela resolveu se misturar, passou a sair e a ver o mundo, foi gradativamente corrompida por suas amigas, fez o possível para negar ao álcool mas acabou cedendo, tentou resistir aos homens com as piores famas e mais uma vez, cedeu. E havia quem dissesse que aquela moça dançando exatamente no meio do salão era a mais bonita. De todas, era a que usava menos maquiagem, não passava o tempo todo arrumando seus cabelos (gostava muito quando o vento trazia uma forma à ele), era a que mais bebia, afinal, acabou aprendendo e descobriu que podia muito mais. Dançava como se não houvesse pessoas ao redor, conversava com quem aparecesse oferecendo um sorriso sincero, e se entregava aos que a faziam se sentir livre. E no dia-a-dia, ela faz quem quer que seja sorrir abertamente, e traz um brilho ao olhar das pessoas praticamente inexplicável. E sim, ela é aquela que anda da forma mais natural possível e se encontra exatamente no meio da praça, se distraindo com as árvores e se deixando devanear pela brisa que bagunça seus cabelos. Mas se torna a pessoa mais encantadora que já se conheceu quando começa a falar sobre suas teses, livros que leu recentemente e frases de músicas que ouviu há pouco, sua voz se torna confortante e seus sorrisos se transformam em antíteses da rapidez absurda do tempo.
Ainda não sei porque justamente você chamou a atenção dela, mas ouvi dizer que o acaso é a ocorrência mais linda, e foi você quem teve coragem de se aproximar de modo espontâneo, e ainda sim, fazer com que o acaso tomasse conta do momento. E devo assumir, nunca a vi sorrir tanto na presença de alguém, ou se empolgar tanto ao contar algo como quando você a abraça e pergunta de seu dia. Portanto cuide dela, não abandone sua vida para cuidar da dela, de modo algum, porém faça com ela seja parte da mesma. Se deixe levar por suas loucuras pessoais e suas particularidades, porque ela é Ana, e você precisa ser apenas o mar. Porque ela é tumulto, e você deve ser a calmaria. Porque ela é Mônica e você pode ser seu Eduardo. E porque garanto que será feito de felicidade, de canto a canto.

domingo, 15 de novembro de 2015

Bailarinas são sorte grande

(Que previsibilidade eu escrevendo sobre bailarinas. Mas defendo a ideia de quem ninguém melhor para escrever sobre, do que uma e, do que alguém que convive com as mesmas há sete anos.)

Em determinado momento conhecendo uma certa pessoa, acabamos caindo no assunto de "o que você faz, o que você gosta" e você finalmente entenderá o motivo de ela andar tão suavemente, de sorrir ao ouvir músicas clássicas, de manter os pés esticados o tempo todo e de ter uma postura tão impecável. E devo dizer-lhe: Que sorte a sua em tê-la!

Porque se até Elton John já teve sua Tiny Dancer, se Montenegro já teve sua fada de botequim, se MJ já teve sua dançarina de Hollywood, se Toquinho já se encantou pela sua e se nem Djavan resistiu à uma, por que você resistiria? Não que ela procure seu palhaço, seu astronauta, seu soldado de chumbo ou algo do gênero. Porém, garanto que ela procura alguém para segurá-la enquanto dança pela casa sem música, nem trajes. Alguém que a elogie ao fim das apresentações (por pior que tenham sido), afinal, é por seu abraço ao final que ela sorria lá do palco. Alguém que ria toda vez que ela começar a falar em francês, tal idioma que você jurava que não tinha conhecimento algum. Alguém para enxugar sua lágrimas após uma queda, enquanto vê seus pés detonados por metáforas relacionadas a determinação e desespero. E alguém que carregue seu figurino, enquanto ela faz seu coque numa rapidez surpreendente falando sobre a outra que estará nos camarins a fuzilando com o olhar. Algumas são exceções, e acredite, não é um eufemismo. Você pode ter a sorte que conseguir uma que se alonga ao som de um rock pesado, ou que não possui o ego inflado por conta de seu corpo magro e delineado, ou uma simplesmente, acessível. Porque como diz Djavan: "queria o meu destino junto ao seu dom", então assim seja, e que o destino lhe traga tal sorte.