quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

365 dias de erro.

Certo, 2016, precisamos ter uma conversa séria antes que se vá.
Esse ano, como para muitas pessoas foi de extrema dificuldade por aqui. Como se eu fosse um clássico de Kafka e estivesse maturando todas as mudanças da vida em apenas um ano!
Ano em que contei meus dias pelas xícaras de café, que conforme o passar dos dias se tornaram copos, garrafas e uma intensa insônia. Ano em que me tornei um alguém totalmente teórico, e não que a prática não importasse mas tornou-se desinteressante. Ano em que tomei a melhor decisão de minha vida, e junto com as dores de cabeça que a contornavam, conheci pessoas que fizeram a diferença em cada segundo desses dias turbulentos de 2016. Ano em que praticamente todas as noites peguei no sono após chorar muito, voltei a ser aquela criança com medo de tudo lá fora e com medo de não ser suficiente. Ano em que descobri a incrível semelhança entre tragar os cigarros mais amargos e se sentir inferior a uma outra pessoa por conta do maldito passado. Ano estranho, que me tirou a fé não-usual, e que me fez querer desistir todos os dias. E durante trezentos e sessenta e cinco dias tive medo, ódio, saí de mim sei-la-quantas-vezes e explodi com quase todas as pessoas já que durante a noite podia tirar a máscara e desabar. Mas, felizmente o ano me deu uma nova chance, um dia a mais que faria por valer a pena todo desespero percorrido e já agradecendo ao bissexto, obrigada por me fazer acreditar na pessoa que vos escreve, porque um único dia fez com que eu soubesse que não vim até aqui para desistir agora, como Gessinger.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Escrevi para você publicamente e me deu vontade de um algo a mais. Queria te dizer que quando digo "Saudade" me refiro a sua voz que muitas vezes me fez entender o sentido de ter os pés no chão, desse teu abraço que durante longos minutos me salvavam do cotidiano, dos nossos assuntos que voavam da origem dos átomos à menina que tropeçou mais cedo a nossa frente. Porque com você me senti viva, senti que amizades podem valer a pena por mais raras que sejam. Porque aprendi que uma madrugada conversando no quintal de casa vale muito mais que um janta extremamente requintado ou uma madrugada falando sobre nada via skype, trocando músicas, experiências, vivências, tudo o que tornaria saudade um tempo depois.
Não me arrependo do desfecho obtido, fiquei sem tê-lo por um bom tempo como se o final de um livro de romance exigisse esse drama específico, e ao retornar tudo estava como antes, sem a parte em que rasuramos as folhas do livro.
É, nego, que saudade de rir contigo, de saber como é cuidar de você bêbado choroso em uma festa totalmente deslocada. De entender o significado de ser pouco para ser poesia, exatamente como a foto da árvore vista do banco daquela praça das quintas-feiras. De ter a efemeridade palpável, pois uma semana de diferença marca nossos momentos talvez mais difíceis,  e ainda sim, mesmo distantes, estivemos um ao lado do outro. Caramba! Já fomos tanto e já fomos tão pouco. Hoje, somos lembranças e muita vontade de estar junto mais uma vez, mesmo que de vez em nunca, mesmo que só para dizer: "Senti sua falta".

Caixinha de tudo

Tenho uma coleção de memórias as quais adoraria cravar em meu corpo, mas respeito é algo de casa e justamente por conta da casa evito tatuar-me.
Eis que volto minha atenção para a caixinha de tranqueiras, pois é, todos deveriam ter uma. E é lá que se encontram os simbolismos diretos para as melhores viagens dentro desse meu mundinho, desde a carta recebida da melhor amiga de infância à pulseira da festa em que me desemvolvo uma pseudopaixão por um mexicano. E ali começa minhas histórias e as ideias para cada tatuagem, como início a palavra "ARTE" fragmentada escolhida para concentrar-se entre as mãos, pelos braços, porque desde sempre sou arte de canto a canto. Em seguida, as coordenadas do único lugar no mundo que me moldou, o lugar onde se encontram as raízes do meu riso frouxo, joelhos ralados e paixão pelo simples, tendo como localização corporal minha costela direita, junto à memória do primeiro tombo bem tomado. Até que o nome de uma escola literária coroa essa paixão de ser e tornar, sou arte, de registro ao fim Alexandrina, de exagero à crítica, fruto do Romantismo.
Se meus sonhos podem ser mantidos numa caixa, minha mente pode permanecer boreal enquanto meus pés, austrais. Assim sou, assim permaneço. Tranqueira.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Histórias são sempre histórias, até o livro tenha outro fim

Comigo a história sempre foi a mesma: Ia às festas sempre na intenção de dançar, beber e causar alguma impressão louca naqueles que se privam de diversão, mesmo sem focar em conseguir um alguém, acabava acontecendo, aproveitava o momento, a dança, os beijos que se tornavam amassos e parava por aí. E eles sempre da mesma maneira, após alguns beijos se aproximavam ainda mais direcionando os braços à minha cintura para que me abraçassem como um noivo orgulhoso do que conquistou para o resto da vida. Eu, já evitava permitir aos braços que chegassem à minha cintura e me despedia de cara, a maioria deles se sentia ofendido e muito. Mas a história era essa. Não que não quisesse ficar por perto deles e ouvir sobre a quantidade de irmãos que tinham, o que faziam e como detestavam seu chefes apesar de todas suas ambições implícitas, nada disso. Apenas prezava pelo meu modo de vida, prezava demais minhas manhãs para perdê-las discutindo com um alguém sobre falhas alcoólicas da noite anterior, prezava pelo meu corpo que não precisava ser exaltado por um alguém que teria a única opinião considerável para mim e acima de tudo, prezava por um coração vazio.
Como se eu andasse com uma plaquinha, a questão sempre me perseguia: Para mudar meu status, você precisa ser muito surpreendente. E não, não é sobre falta de humildade ou excesso de confiança, consiste na verdade sobre encontrar um alguém que me tire da zona de conforto. Um dia as coisas mudarão, por um alguém, e ele se ofenderá com meus meios de dispensar o interesse, fará com que minha rotina gire em torno de sua presença mesmo que de maneira metafórica e terá constante acesso à aceleração do meu coração. Por céus! Como um alguém consegue fazer meu coração disparar mesmo com certo tempo de convivência? Enfim, ele chegará e será incrivelmente surpreendente essa facilidade com que tudo mudará, e a intenção sempre foi essa, me dar a surpresa de mudar a história.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Falta você e ele em vocês.

As coisas mudaram, vocês mudaram. Como não mudariam? O vento da tarde não funciona como a brisa da manhã, que não traz o alívio da brisa marítima, muito menos a brisa de uma boa droga, e que droga viraram hein?! São exatamente mais um número, na lista dos casais que parecem ter sido pegos pelo cansaço de estar à companhia um do outro.
E a falta de ser o único número da lista das exceções se junta à falta de serem o silêncio quando alguém pergunta o exato status de seu relacionamento, também falta de ser aquela por quem ele morre de vontade de ver durante a semana mas evita procurar porque as outras seriam só as outras. Como a falta de suas reticências provenientes de um casal diferente, os beijos demoramos cheio de paixão em meio às multidões das festas hoje são encontros de lábios por milésimos de segundos que fazem a média de que são um casal, que se une à falta de sentir que ele a quer, de procurá-la com os beijos mais quentes possíveis, falta de se sentir mulher porque hoje tudo se vê morno, deprimente. Uau. Exatamente como todos os outros em volta. As danças cada vez mais demoradas e mais descontroladas sob o poder de encosto no corpo um do outro se tornaram um nada, ele com sua bebida num canto, você desejando se soltar no outro e de longe aquele sorriso cínico de quem detesta aquela mesmice. As notificações mudaram, as mensagens que traziam aquele frio delicioso nas respectivas barrigas desapareceram, porque ele já não precisa mais agradar a moça que quer usar como troféu para os amigos. Tudo perdeu a graça, já que no fundo conseguiram o que queriam e já não são mais o que deveríamos. se pudesse, voltava. E seria parte daquela lista onde as coisas tinham graça. Moça, não se deixe amornar, porque se sentir desejada é um dos melhores sentimentos. Se ele já não faz jus à mulher que tem, haverá um alguém que trará graça. Não se permita ser cotidiano, você é novidade demais para um dia-a-dia comum.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Simplicidade e Imaturidade são conceitos diferentes

Se sujeitou a estar com um alguém, aceite-o exatamente como é. E assim começo, da forma mais direta o possível deixando claro que não precisamos gostar de tudo o que a outra pessoa é/faz, mas sim, aceitar. Portanto não me apareça com o papo de que não conhecia esse lado dele, talvez você só esteja sendo apresentada ao mesmo pela primeira vez.
Essa revirada de olhos quando ouve o som de sua gargalhada em uma piada totalmente boba é sinal de que você precisa parar de revirar esses olhos e abri-los de uma vez, você tem a simplicidade em suas mãos e está a deixando escapar por falta de maturidade, moça! Não é porque ele não discute a Teoria da Relatividade com você que não a conheça, ou que não possui potencial suficiente para dominar assuntos complexos. Não é porque insiste em ouvir a mesma música por muito tempo que não saiba apreciar outros estilos ou se deixe levar pelas novidades, talvez só se sinta à vontade derepeti-la em sua presença. E quando ri com acontecidos aleatórios não está lhe dizendo que falta maturidade ali, muito pelo contrário, está provando que possui desenvoltura suficiente para aproveitar o momento com a melhor energia possível. Ele não insiste em silenciar durante assuntos polêmicos por falta de coragem, saiba que só está permitindo seu bom senso atuar. Não mendiga carinho, não é uma criança birrenta ou necessitada de mimo, ele só faz questão de fazer durar os momentos de vocês como um casal. Ter escolhido pão com ovo para o café da manhã à um bolo da casa de doces mais caras da cidade não significa não querer agradá-la, ele só se sente confortável o suficiente para comer exatamente o que gosta quando juntos. Não se arrumar exageradamente ao saírem é o sinal de que não é preciso ser recatadamente arrumado sempre na junção de pública e você. E entre todos os detalhes que fazem de suas atitudes motivo para que queria deixá-lo, o mais importante: Aquele sorriso largo como de uma criança que acaba de ganhar o primeiro boneco de ação é seu, e só seu. Então se não sabe interpretá-lo da maneira correta, aprenda que sua imaturidade não combina com a simplicidade dessa joia rara.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Exalando mudanças históricas

Nossa essência provém de frasco montado onde uns acabam obtendo rachaduras, riscos, marcas de digitais permanentes, formas irregulares e design mais elaborado que outros, enfim, frascos e nada mais. Porque o que há é sempre o mesmo, a mesma essência, somos todos frutos de grandes nomes, criações moldadas a partir do odor que cada um, a partir de cada gota de suor específica e cada peculiaridade da fragrância. 
Somos a inclusão dos que fizeram história em nosso cotidiano, somos a junção da aleatoriedade de um todo conhecido e o acaso de um anonimato. Somos o cigarro que fez Amy desistir de um amor que destruiu sua sanidade e sua vida, somos a boemia de Byron e suas escritas provenientes de casos negligenciados pela humanidade, somos a necessidade de mudança Duchampiana sendo criação de novas fontes ou o bom humor do desenho de um bigode em algo requintado demais, somos o erro de Edward ao fazer história por permitir a tragédia de seu Titanic, somos alucinações memoráveis de Burton e enredo muito bem finalizado de Hitchcock. No fundo, somos a fragrância que percorreu Eras, e hoje deposita-se em cada um para que uma nova escrita seja feita. Portanto, você está em seu "Era uma vez", em seu "Foi há tantos anos" ou em seu "E assim segue, dia após dia"? Que o cheiro dure, que a mudança faça variar perceptivelmente e que o roteiro seja histórico como se deve ser exalado.