quinta-feira, 23 de junho de 2016

Exalando mudanças históricas

Nossa essência provém de frasco montado onde uns acabam obtendo rachaduras, riscos, marcas de digitais permanentes, formas irregulares e design mais elaborado que outros, enfim, frascos e nada mais. Porque o que há é sempre o mesmo, a mesma essência, somos todos frutos de grandes nomes, criações moldadas a partir do odor que cada um, a partir de cada gota de suor específica e cada peculiaridade da fragrância. 
Somos a inclusão dos que fizeram história em nosso cotidiano, somos a junção da aleatoriedade de um todo conhecido e o acaso de um anonimato. Somos o cigarro que fez Amy desistir de um amor que destruiu sua sanidade e sua vida, somos a boemia de Byron e suas escritas provenientes de casos negligenciados pela humanidade, somos a necessidade de mudança Duchampiana sendo criação de novas fontes ou o bom humor do desenho de um bigode em algo requintado demais, somos o erro de Edward ao fazer história por permitir a tragédia de seu Titanic, somos alucinações memoráveis de Burton e enredo muito bem finalizado de Hitchcock. No fundo, somos a fragrância que percorreu Eras, e hoje deposita-se em cada um para que uma nova escrita seja feita. Portanto, você está em seu "Era uma vez", em seu "Foi há tantos anos" ou em seu "E assim segue, dia após dia"? Que o cheiro dure, que a mudança faça variar perceptivelmente e que o roteiro seja histórico como se deve ser exalado.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Meu nome é Otário.

Durante muito tempo ele se importou demais com quem não devia, com aqueles que não mereciam. Ele se tornou vítima da frustração, do arrependimento e da saudade opulenta, chegou à beira de desistir e esquecer de qualquer contato mais afetivo, sofreu, sofreu demais, por amor.
Era entrega total, se dava aos abraços, se doava aos beijos, fascinava-se com facilidade por quem lhe dava reciprocidade, e aquelas que correspondiam às expectativas? Ah, essas tinham seu coração, e tendo-o, se entregava como se não pudesse fazê-lo. Com o tempo aprendeu que o amor é limitante, com todo carinho e todos os beijos não retribuídos, com todo o sacrifício por dois, três, quatro e algumas outras dezenas de decepções acumuladas embaixo do colchão com cada carta de borda amarelada. Perdeu causas, perdeu a compostura e o charme de quem acreditava que poderia mudar o mundo, seu mundo e o mundo de alguém. Muita experiência para quem hoje, se apresenta como longe de quaisquer relações, se fechou porque cansou de levar baques por amor, mas tudo bem, seja o que for, seja por amor as causas perdidas.