terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Que sejamos peças.

Se soubesse quantas pessoas perguntam sobre você, aliás, sobre nós durante meu dia, faria um livro sobre nossa história e distribuiria por aí. E como sempre, não sei como reagir, nunca sei o que dizer, sequer como me portar quando aquele sorriso desprevenido me pega ao pensar em você diante de outras pessoas. Caso te digam o que falo, me desculpe por sempre repetir as mesmas palavras e principalmente, por sempre utilizar uma em específico: Tropeço. Sim, a uso muito quando se trata de você, já que foi o tropeço mais bem intencionado que já dei, já que são seus pequenos tropeços e seus poréns que me encantam todos os dias, já que era de um belo tropeção que eu estava necessitando quando te achei, ou quando me achou.
Por você, me tornei quase um clichê, consigo me apaixonar pela mesma pessoa todos os dias e ainda sim continuo achando loucura ou história de roteiros água-com-açúcar, como se eu pudesse ouvir a trilha começando com Wouldn't it be nice -e eu achando que a vida andava certa demais, precisava de um tropeço- e terminando com Somewhere over the rainbow.
Por sua conta, sorrio o dobro de vezes que costumava, eu que sempre fui uma pessoa sorridente até demais, agora pareço uma personagem mal construída de desenho animado. Porque gosto de suas entrelinhas, de seus "eus" implícitos em suas manias, me pego o observando com mais frequência, e me pego sorrindo conforme você transborda em meus dias, como quando me faz gargalhar com suas piadas, ou como me permite rir de suas mil caretas durante uma conversa aleatória e como -o que jamais me imaginei fazendo- me faz me esquecer em você. Já que acabei caindo durante o tropeço e me permiti permanecer. E pela primeira vez, quis ser peça, para que enfim tivesse um complemento, mesmo que de um jeito incomum, mesmo que de um jeito nosso. Portanto não me peças para te deixar, porque mesmo dizendo que quem cai sete vezes levanta oito, acabei levantando tantas que dessa vez quero permanecer onde cai, já que quando perdi o chão, me encontrei.
Caso esbarre com um alguém que perguntou sobre nós e que deveria ter nosso "livro", não pergunte sobre os termos utilizados para nos definir, apenas aceite o fato de que quando tropeças, às vezes acaba encontrando seu encaixe.