quarta-feira, 16 de março de 2016

Cativada por "nós"

Você sabe, não sou boa para me expressar, tento evitar palavras que imploram para sair e as deixo por aqui ou em algum lugar aqui dentro de mim. A questão é que ultimamente minhas palavras têm tomado um rumo diferente, elas permanecem no centro do meu peito, onde todo mundo insiste em dizer que é o coração. Que seja! Elas ficam por ali, e não mais levam "eu" como contexto e sim, "nós". Acreditava ter como motivo o fato de pela primeira vez eu fazer parte de um "nós", porém, descobri que é bem mais que isso, é estar finalmente adaptada com esse "nós". E que nos prendamos a nós cada vez mais fortes, difíceis de desatar e imponentes, porque quero cada vez mais nós em nós.

Já ouvi de tantas pessoas que não dará certo, que com o tempo essa nossa distância semanal irá cansar, que minha ausência pela arte irá incomodá-lo e que de alguma forma cada vez ficará mais difícil tê-lo por perto. E não ligo para o que dizem. Afinal, agora tenho uma inspiração para os fins de semana, e durante a semana, quero continuar pensando em você o tempo todo, ansiando vê-lo para ouvir sobre seu dia sufocante na empresa ou sobre alguma música sertaneja nova que cantaram até te tirar do sério. Quero encontrá-lo após minha rotina maluca de dança para ganhar aquele beijo que só você sabe dar, que compensa qualquer deslize anterior, quero aquele acompanhamento de orgulho e vergonha aparente quando faço algo constrangedor na presença de outras pessoas, quero passar os domingos te incomodando enquanto tenta montar o bendito quebra-cabeças. Pela primeira vez, quero fazer planos para nós, podem ser como os seus de não-sei-quantos-prazos, ou podem ser os do fim de semana, quero planejar cada minuto ao seu lado considerando que aproveitaremos o mesmo de qualquer forma. Quero continuar ao seu lado, e o mais importante, quero superar qualquer coisa com você. Quero cada vez mais nós.

segunda-feira, 14 de março de 2016

"Amor"

Há muito tempo não reflito ou parafraseio sobre essa coisa louca definida por amor. E por sempre pensar tanto, por que não tentar defini-lo? E não apenas defini-lo, mas encaixá-lo num contexto ambíguo e confuso conhecido como "eu".
Tenho certeza que ao fim do texto, um trecho clichê preencherá a última linha e aquela tentativa sofrida de roubar um sorriso lateral desses que fazem com que um olho semicerre terá sido cumprido, e fim, terei definido o amor. Ou, conseguirei esse tal sorriso ao desenvolver de todas as ideias jogadas de modo insano por aí, porque o amor é basicamente isso, um o quê insano jogado por aí, e há os loucos sortudos que acabam encontrando tais fragmentos perdidos.
Porque o amor é algo clássico, não um clássico de filmes, onde a mocinha perde a echarpe para o vento enquanto divaga dentro do conversível do moço de cabelos engomados, nada disso. É um clássico pessoal, é um algo controverso, paradoxal e opostamente semelhante. Amor é música, ora é verso de sertanejo, ora é MPB desusado. Amor é cinema, é filme de Tarantino com casos alucinantes de sexo selvagem, camisa de força e um pouco de vassalagem, e também é um pedido às estrelas de Rose (antes do navio afundar, claro). É filosofia, onde cada pensamento sobre um alguém dá voltas e voltas ao mundo, se tornam boreais e austrais para finalmente deixar claro que os pés no chão não têm a mesma graça de um amor de cabeça nas nuvens. Amor é literatura, é sensualidade de Rita Baiana, ironia de Machado, dúvida de Bentinho e inocência de Til. Amor é permissão, é deixar afastar e querer aproximar. Amor é tropeçar propositalmente, é provocar o acaso e permitir o pretexto.
Amor é saber, exatamente, como roubar o sorriso de alguém. Seja por um presente, um abraço inesperado, um recado, uma surpresa ou simplesmente, por um texto "improvisado".