segunda-feira, 14 de março de 2016

"Amor"

Há muito tempo não reflito ou parafraseio sobre essa coisa louca definida por amor. E por sempre pensar tanto, por que não tentar defini-lo? E não apenas defini-lo, mas encaixá-lo num contexto ambíguo e confuso conhecido como "eu".
Tenho certeza que ao fim do texto, um trecho clichê preencherá a última linha e aquela tentativa sofrida de roubar um sorriso lateral desses que fazem com que um olho semicerre terá sido cumprido, e fim, terei definido o amor. Ou, conseguirei esse tal sorriso ao desenvolver de todas as ideias jogadas de modo insano por aí, porque o amor é basicamente isso, um o quê insano jogado por aí, e há os loucos sortudos que acabam encontrando tais fragmentos perdidos.
Porque o amor é algo clássico, não um clássico de filmes, onde a mocinha perde a echarpe para o vento enquanto divaga dentro do conversível do moço de cabelos engomados, nada disso. É um clássico pessoal, é um algo controverso, paradoxal e opostamente semelhante. Amor é música, ora é verso de sertanejo, ora é MPB desusado. Amor é cinema, é filme de Tarantino com casos alucinantes de sexo selvagem, camisa de força e um pouco de vassalagem, e também é um pedido às estrelas de Rose (antes do navio afundar, claro). É filosofia, onde cada pensamento sobre um alguém dá voltas e voltas ao mundo, se tornam boreais e austrais para finalmente deixar claro que os pés no chão não têm a mesma graça de um amor de cabeça nas nuvens. Amor é literatura, é sensualidade de Rita Baiana, ironia de Machado, dúvida de Bentinho e inocência de Til. Amor é permissão, é deixar afastar e querer aproximar. Amor é tropeçar propositalmente, é provocar o acaso e permitir o pretexto.
Amor é saber, exatamente, como roubar o sorriso de alguém. Seja por um presente, um abraço inesperado, um recado, uma surpresa ou simplesmente, por um texto "improvisado".

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