segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Moça, pode bagunçar seu cabelo, por favor?

Loura, dona de um corpo invejável, trajada com roupas apertadas e curtas demais para dar lugar à imaginação, senso de humor comum, pensa demais para falar ou provocar risos. Vinda do mesmo molde que a morena de cabelos longos, lisos e arrumados demais. Mas essa se permitiu colocar uma blusa mais larga, o decote exagerado ignoramos para que haja um pouco de dignidade.
Observo-as durante toda a noite, os risos serão sempre equalizados e as pernas se cruzaram simultaneamente enquanto encaram um alguém do sexo masculino à sua frente. A cada dois minutos alisarão os cabelos com a ponta dos dedos e a cada tragada no cigarro que mantém por perto, irão fazer um comentário aleatório de algum assunto que pescarem durante a conversa. E o fizeram. Porque a forma é sempre a mesma, e ainda sim, elas possuem o que querem, atenção de todos os homens ao redor.
Sinto falta de gente de bem, gente espontânea, gente que não se envergonha quando acidentalmente derruba mostarda ou um pouco do chopp que havia acabado de chegar. Falta de gente que discute filmes e não a quantidade de casos sexuais durante uma semana. Falta de gente que faz imitações de si, que zombam de seus defeitos e que não se ofendem quando percebem o quão importante é a tal da auto aceitação. Falta de gente que brinca com os cabelos na intimidade, que durante a noite ri de um pequeno erro e que quebra o clima criado por sua inconsciência traidora.
 E essa saudade de gente de bem continuará sendo consumida pelas roupas apertadas e pelas bebidas etiquetadas, porque a falta é porque de fato, está em falta.
Mas é como dizem: A forma é sempre a mesma.