quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

E brindemos

O ano está chegando ao fim, e me decidi por escrever a respeito dessa loucura de planejar um ano inteirinho. Sou suspeita para falar sobre, assumo. Afinal, está mais que claro que sou fã da espontaneidade, das surpresas e do inesperado.
Meu ano foi, em uma palavra, louco. E sim, eu havia o planejado quase que inteiro e sequer cheguei perto de cumprir com tudo. Porque, ironicamente, não colocamos à nossa "lista": conhecer um mundo novo, um novo eu, um novo alguém, uma nova música que passa a mudar seus pensamentos, uma nova lição, uma nova amizade, um novo ano. Geralmente nos prendemos ao: arrumar um emprego, focar nos estudos, não se apegar, não se deixar levar, aprender algo útil para a vida profissional e ponto final. Eis que finalizamos a lista e junto as possibilidades de nos surpreendermos. Cresci uns dez anos em doze meses, aprendi muito com muita gente, e foi sem querer, sem prever.
Rasguei minha lista lá para julho, me permiti desapegar dos planos porque cresci, e descobri que a cada dia mudamos nossos pensamentos relacionados à algo. E mudei, intuitiva e ocasionalmente, o que agora aconselho todos a fazer, deixar que as mudanças nos transformem.
Para o ano que se aproxima? Rasgar a lista. É o começo, o meio e o fim de minha lista, já que me permitirei mudar, mudar a vida de alguém, fazer a diferença em algum lugar, de alguma maneira. E no fim, agradecer por tudo o que aconteceu, desde as piores coisas, porque são elas que fazem com que as boas sejam tão valiosas. E que venha mais um ano e com ele, mais possibilidades, para que aprendamos a brindar, pelo pouco, pelo muito, pelo ano.

Meu melhor lapso.

Se Nando se embaralhou para falar de Cássia, imagine o quanto não me perderia para falar sobre ele. Ele, que em meio a tanta confusão e tumulto, se tornou minha paz. Sim, minha paz é morena, engraçada, um pouquinho charmosa e estranha, muito estranha. Devo dizer, há uma semelhança na nossa... estranheza.
Um acaso maravilhoso, eis o que ele é. Daqueles que de um jeito ou de outro eu esbarraria, e por sorte, foi justamente quando tudo buscava um equilíbrio inexplicável. E foi justamente aquele sorriso que me chamou atenção, que roubou meu interesse pelo cômodo e me fez querer o novo, aquele sorriso que me acalma de longe e que de longe, me dá saudade. E temos tudo para sermos outra história desses casos absurdos que comentam no cotidiano, onde dizem que ela é pouco para ele, ou que ele possui interesses exteriores relacionados a ela. Mas essa história tem sido contado há um bom tempo, sobre ela, que é tormento e barulho, que se encaixa nele, que é calmaria e orientação (Deixando claro que as melhores histórias são repletas de atenuações).
Um pouco clichê, de uma maneira surpreendente. Acabei gostando, muito. Meu lado "careta" tinha um admirador, aliás, um alguém para compartilhar cada detalhe dessa estranheza. E finalmente podia falar sobre minhas histórias rodeadas de bebida, arte e música boa. Já que foi ele quem fez Nando, Cássia, Baleiro e Gadú finalmente fazer sentido.
E de todas as maneiras que o mundo poderia me apresentar a ele, acabamos passando por todas e permanecendo na mais previsível-não-previsível, pois aquele sorrisinho bobo de estacionamento se tornou um parceiro de dança, um parceiro de cerveja em bares rodeados dos modões que tanto gosta e um caso de tardes tranquilas, onde me esqueço e me encontro nele. Agora sou quem sempre quis ser, eu. Me deixa ser boba, me acalma, me atormenta, me faz acreditar que mesmo que o tempo passe, os melhores momentos ficarão.
Fomos feitos de música, teatro e magia, portanto se entre eu e ele há acasos, que em nós haja ainda mais sorte, mais música e mais magia.