segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Essa é aceitação de canto a canto.

A culpa é uma invenção alucinógena de alguém que buscava matar as pessoas de remorso, ou algo do gênero.
Ela é tatuada, fuma (e muito), usa certas substâncias -não tão corrosivas, todas confortantes para seu coração machucado, estraçalhado-, faz do álcool um de seus melhores amigos, foge sempre que possível, se isola em seu mundo musical quando convém e é feita de receio quanto às pessoas. Mas a culpa não a consome, porque as pessoas precisam aprender a aceitar suas decisões, e se tem algo que ela ama, são seus maus hábitos, suas curvas exageradas, a cicatriz extremamente irregular em seu braço. Porque ela é feita de aceitação, já que diz ser colocada no mundo para amar a si antes de qualquer um. Em suas tatuagens, impõe histórias e relatos de quem vive e aprende. Em seus piercings, se lembra da mutilação que a alma já teve pela metáforas mais que alegóricas dos instantes de insanidade (ou sanidade). Cada cigarro que traga com voracidade é desespero de vício metamorfoseado, é amor corrompido, quase ódio, quase medo. Sua conduta não tão aceita é desaforo de drinks, é alusão de álcool. E a culpa, aquela feita para fazer os de bem vacilarem, não anda com ela. Já que ela é aceitação, de canto a canto.

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