quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Sempre em frente

Foi o conselho que ele me deu, após ouvir isso de Gessinger. Tinha achado minha cara, e gostei de ouvir que tenha lembrado de mim enquanto ouvia. Gostei muito!
Começamos a conversar aos poucos, como quando experimentamos algo novo, primeiro vem o receio, em seguida o ceticismo e por fim acabamos gostando. E conosco foi assim, suave, adquirindo a voracidade necessária com o tempo, de forma gradual e extremamente prazerosa. E  como gostei!
Ele gostava de me elogiar, porque sabia que eu jamais soube reagir à um elogio, é como se certas palavras, por mais simples e corriqueiras, simplesmente roubassem minha postura, me desconcertassem. E se um "bom dia" já me desestruturava, imagine um "linda" com um sorriso sincero... Pois é! Eu ficava boba, como uma garota que acaba de ganhar sua primeira rosa, ou seu primeiro beijo na bochecha aos seis anos. E ele seguia os mesmos procedimentos, enquanto ia descobrindo o que me fazia suspirar, os utilizava sem medo. Apesar de ser comum, como qualquer outro que entrou e saiu, sem marcar, sem tirar sorrisos em tempos de ausência e sem os clichês de contar para as amigas com a voz histérica, ele me fazia sentir bem especial, talvez? Mas o problema sempre foi meu princípio de estar na zona de conforto e permanecer. E a história foi como o previsto, ele gostou, eu não. E essa foi para a lista de fracassos que coleciona-se num diário velho e guarda-se onde a mãe não acha enquanto limpa o quarto. Entretanto, pode-se dizer que convém. Afinal, sempre em frente foi o conselho que ele me deu.

(Atendi apenas a outro pedido, onde as coordenadas me pediam para descrever algo que acontece com certa frequência. E pode ser que não comigo.)

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