sábado, 31 de outubro de 2015

Quando um certo alguém


Cruzou o teu caminho e te mudou a direção...

Você me disse que estava com ela há cerca de cinco anos, e que nunca havia tido uma noite como a nossa com ela. Dançamos após muita bebida, após muita troca de olhares e após muita música boa em comum, e você disse que ela jamais havia dançado com você como eu, sem medo do que iriam pensar e sem medo de ensaiar sussurrando ao ouvido. Rimos de piadas absurdamente ridículas e tiramos fotos como duas crianças que pegam a câmera da mãe pela primeira vez, e você disse que ela só tirava fotos com você quando estava maquiada e você, bem vestido. Deixei que você brincasse com meus defeitos e assim fiz com os seus, e mais uma vez rimos por muio tempo, então você me disse que com ela não existiam brincadeiras bobas, sequer piadas sem noção. E ao fim da noite, você se aproximou e me pediu um beijo, garantindo que não poderia deixar de saber como seria se não o fizesse, e eu não permiti. Porque talvez eu tenha aparecido apenas para mostrar a você que não era feliz, e que se forçava a parecer. Talvez eu tenha gostado de você, mas respeito demais um relacionamento para fazer com que tudo terminasse por uma noite aleatória. E talvez, aliás, com certeza eu tenha obrigado você a ser feliz com quem mostra à você em que felicidade se define.
E é isso, uma história antiga, de quando ensinei e aprendi que estar com alguém não significa exatamente nada. É necessário aquele alguém que o faça esquecer do externo, que te dilata a alma e te faz crer no interno, que te diverte apenas com o sorriso e te faz perder o bom senso, afinal, precisa ser um certo alguém.

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