terça-feira, 27 de outubro de 2015

Meu herói não usa roupa colada

Ok, as vezes ele usa, mas sempre acreditei que pais de bailarina eram feitos de collant. Quando dizem que pai e mãe são sensitivos falam até mais que sério, e pude confirmar isso hoje. Você chegou em casa, me viu escrevendo no quarto, cumprimentou e deixou essa foto sem dizer nada. Nem mesmo eu sabia que estava em um dia não muito bom, sabe, aqueles dias em que estamos "coisados"? Exatamente. Enfim, ao ver a foto chorei, chorei como uma criança, como na época em que foi tirada. Chorei de saudade do tempo que já passou, chorei pela dimensão de minha admiração por você, chorei porque precisava lavar a alma. 
Sabe, papito, quando dizem que sou uma versão feminina de você, me sinto extremamente lisonjeada e agradeço infinitamente por ser sua pequena (não tão pequena). E agradeço ainda mais, por você ter me ensinado tudo o que sei, por ter sido o responsável por hoje eu ser quem sou, por gostar de tanto de açaí, de música clássica, de trilha, de ter tantos amigos, por gostar tanto de Zé, A. Jackson, o outro Zé, o Zeca, MPB, e o melhor, pão. Ah, e agradeço também por ser meu eterno parceiro de dança, só você sabe quantas vezes meus pés me traíram e fizeram com que eu perdesse toda a noção de como ser conduzida.
Obrigada por ter me ensinado a ter valores, por ter me permitido voar, por apoiar minha arte e minhas decisões, ou pensa que não sei o quão difícil é lidar comigo? Mas uma casa grande dessas precisava de alguém com temperamento forte como o seu, para equalizar a calmaria que a mãe é, pois só vocês para passarem por tudo o que passaram e ainda sim, manter quatro filhos, completamente diferentes, totalmente satisfeitos com tudo o que lhes é dado. Eis que uso desse meio para contar um pouquinho do meu amor imensurável por você. E tenho dito, coloquem um bigode em mim, e não saberão quem é quem.

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