Uma troca de olhares, um sorriso não premeditado, uma perda de sentidos, um leve enrubescer de bochechas... Ah, os amores de instante!
Você está num dia difícil, pega o metrô sem entusiasmo algum, com seus fones altíssimos e seu pior traje, eis que seus olhos te traem e você esquece-os sobre outros. Especificamente, sobre o par de olhos que fez seu dia valer à pena e seu sorriso abrir de modo sutil, sincero. Você desvia o olhar e por uns instantes se perde no momento, demorando à se dar conta de que ainda permanece com os lábios arqueados tendendo a rir de si mesma. Eis que olha em volta, esperançosa de que alguém mais tenha sentido esse turbilhão inocente que a pegou desprevenida, e a vida de todos em volta continua a mesma, monótona. Exatamente como a sua antes de se deparar com seu amor de momento.
Após um tempo, seus pensamentos a denunciam e trazem à você uma absurda curiosidade. Afinal, aqueles olhos ainda a miram? E será que há outro sorriso bobo no local, causado por aquele desvio de olhares? Finalmente, você se sente a pessoa mais completa do mundo, simplesmente por saber que sim, causou as mesmas percepções inocentes em alguém. E que esse alguém também perambula sorridente por tê-la encontrado num desses encontros casuais.
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