Dizem que a história se repete, mas na verdade o discurso se repete. Afinal, ele já saiu com muitas, já bebeu mais que uma república inteira, já se drogou mais do que se pode imaginar, já teve casos com todas as conhecidas, já viajou sem rumo, já esteve em muitos corações e também machucou vários. Ele é errado, demais. Não presta. Não merece mocinha de família bem instruída. Aliás, ele já viveu e você se manteve com os estereótipos de extrema passividade que se submetiam a tudo por você.
Eis que você se vê insegura quanto a ele, exatamente por saber que uma noite de bebedeira ao seu lado faria com que fossem esquecidas toda a pressão, todo o receio e toda boa conduta imposta, por ora.
Sabe que ele já errou muito e já foi o erro de tantas. Então se permita ser o acerto dele, e como vive acertando, se permita tê-lo como seu maior e melhor erro. Se perca em suas suas tatuagens, que aliás, não definem seu caráter, sequer a quantidade de cigarros que sempre o acompanham, ou a quantidade de brigas em que vive se metendo por defender demais certos princípios.
E consideremos que mocinhos de filme sempre decepcionam, clichês demais, e o clichê cansa. Irrita.

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