segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Caixinha de tudo

Tenho uma coleção de memórias as quais adoraria cravar em meu corpo, mas respeito é algo de casa e justamente por conta da casa evito tatuar-me.
Eis que volto minha atenção para a caixinha de tranqueiras, pois é, todos deveriam ter uma. E é lá que se encontram os simbolismos diretos para as melhores viagens dentro desse meu mundinho, desde a carta recebida da melhor amiga de infância à pulseira da festa em que me desemvolvo uma pseudopaixão por um mexicano. E ali começa minhas histórias e as ideias para cada tatuagem, como início a palavra "ARTE" fragmentada escolhida para concentrar-se entre as mãos, pelos braços, porque desde sempre sou arte de canto a canto. Em seguida, as coordenadas do único lugar no mundo que me moldou, o lugar onde se encontram as raízes do meu riso frouxo, joelhos ralados e paixão pelo simples, tendo como localização corporal minha costela direita, junto à memória do primeiro tombo bem tomado. Até que o nome de uma escola literária coroa essa paixão de ser e tornar, sou arte, de registro ao fim Alexandrina, de exagero à crítica, fruto do Romantismo.
Se meus sonhos podem ser mantidos numa caixa, minha mente pode permanecer boreal enquanto meus pés, austrais. Assim sou, assim permaneço. Tranqueira.

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