Hoje acordei totalmente Djavan, querendo um bom lugar para ler um livro, o qual faça jus ao frio lá de fora, já que meu pensamento em você não é exatamente uma novidade. Cancelei todos meus compromissos, peguei aquela coberta de casal que me cobre até os excessos de travesseiros que me rodeiam, coloquei minhas meias mais bregas, mais quentes e mais longas (Sim, elas chegam ao joelho), me vejo confortável no moletom velho com cheiro de café que me acompanha frio após frio.
Dessa vez, optei pelo vinho ao invés do chá misto na caneca favorita. Liguei a TV e me vi feliz por encontrar um filme extremamente meloso, daqueles em que o casal praticamente sussurra o final para o espectador.
Parei, reparei. Eu mudei. Em um dia frio normal, acordaria totalmente DIVA, dançaria pela casa munida de um desodorante ou uma escova de cabelos como microfone, faria performances até o horário de meus compromissos (os quais jamais desmarcaria para me dar uma folga da rotina), beberia um refrigerante extremamente gelado e continuaria a vida apesar de o clima me pedir para relaxar e esquecer que o tempo corre, como eu correria num dia frio.
A parte que me consola, é que as pessoas mudam, eu não poderia ser diferente. Sou uma composição de falhas e metamorfoses, meio borboleta, meio enferrujada. E ao notar essa minha transição, busco o que vive em meus pensamentos mesmo ao pensar apenas em mim, você. Desejei como nunca havia desejado sua presença aqui, deitado nessas cobertas grandes demais para uma só pessoa, sem dizer nada, sem ver o filme, apenas aproveitando o fato de ficar próximo, porque no frio precisamos ser mimados, precisamos daquele cafuné e daquelas gargalhadas provocadas por um silêncio quase que constrangedor. Precisamos ser surpreendidos, como eu gostaria de ser com sua chegada, mesmo que demorasse horas, eu já estaria feliz.
O vento vai incidir pelas janelas que esqueci abertas em algum momento, a pipoca ficará pronta e precisarei levantar do meu conforto. E quando isso ocorrer, correrei para o portão na expectativa de te encontrar, porque é isso o que a queda de temperatura faz, ela derruba, também, nossa noção. E se por acaso ou fruto do querer-não-querer você estiver parado lá, prometo te acolher, e te deixar por aqui. Já que estou Djavan, te dou o que há dentro do meu coração guardado pra te dar e todas as horas que o tempo tem pra me conceder serão tuas até morrer.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
segunda-feira, 18 de abril de 2016
Essência
Moça, por que você sorri tanto?
Essa manhã o Sol brilhava mais, e isso já foi motivo para passar o dia todo cantarolando e rodopiando pelos cantos da casa e da cidade. Acordei lembrando que o amor está por aí, e que posso encontrá-lo a qualquer momento, quando isso acontecer, quero estar sendo o mais eu possível. Caso nos esbarremos na rua, quero que saiba já de cara que danço enquanto ouço música nos fones de ouvido e sim, a música sempre estará extremamente alta para que os pensamentos nem se atrevam a ecoar. Se nos encontrarmos em algum evento específico, elaborado e requintado, deverá saber que sou aquela com pouquíssima maquiagem, provavelmente com uma taça bem cheia na mão e soltando o tal do sorriso gigantesco. Se for em um bar, estarei cantando no momento que encaro a banda ou o cantor, num momento só "nosso" já que onde tem arte, estou. Caso seja em qualquer outra casualidade, estarei sendo eu, casual até demais, geralmente cabelos nada arrumados, um andar até que engraçado (é o que sempre dizem), cabeça balançando em algum ritmo criado por devaneios repentinos, distraída demais, perdida, encontrando. Porque se há uma definição para o sorri que insiste em permanecer, são as metáforas, e a espontaneidade. As duas coisas que mais me cativam no mundo todo, exatamente a essência das pessoas que têm meu amor e minha verdade. E eis o motivo desse sorriso quase que irritante, o Sol brilhar tanto, porque não há metáfora melhor para um dia iluminado do que a felicidade iminente.
Essa manhã o Sol brilhava mais, e isso já foi motivo para passar o dia todo cantarolando e rodopiando pelos cantos da casa e da cidade. Acordei lembrando que o amor está por aí, e que posso encontrá-lo a qualquer momento, quando isso acontecer, quero estar sendo o mais eu possível. Caso nos esbarremos na rua, quero que saiba já de cara que danço enquanto ouço música nos fones de ouvido e sim, a música sempre estará extremamente alta para que os pensamentos nem se atrevam a ecoar. Se nos encontrarmos em algum evento específico, elaborado e requintado, deverá saber que sou aquela com pouquíssima maquiagem, provavelmente com uma taça bem cheia na mão e soltando o tal do sorriso gigantesco. Se for em um bar, estarei cantando no momento que encaro a banda ou o cantor, num momento só "nosso" já que onde tem arte, estou. Caso seja em qualquer outra casualidade, estarei sendo eu, casual até demais, geralmente cabelos nada arrumados, um andar até que engraçado (é o que sempre dizem), cabeça balançando em algum ritmo criado por devaneios repentinos, distraída demais, perdida, encontrando. Porque se há uma definição para o sorri que insiste em permanecer, são as metáforas, e a espontaneidade. As duas coisas que mais me cativam no mundo todo, exatamente a essência das pessoas que têm meu amor e minha verdade. E eis o motivo desse sorriso quase que irritante, o Sol brilhar tanto, porque não há metáfora melhor para um dia iluminado do que a felicidade iminente.
terça-feira, 12 de abril de 2016
Minha Belle Époque
Minha infância foi daquelas clichês-não-clichês, sendo uma típica garotinha de roça, de sítio, de subir em árvores, ralar os joelhos, de ficar sem o tampão do dedão do pé, de usar botinas para correr na lama, de se cobrir de argila, de comer fruta direto do pé, de tomar banho de rio e de ser feliz.
Era uma casinha no topo da montanha, como nos filmes, porém melhor (muito melhor!).
Me lembro de cada detalhe de minha infância nada conturbada, do jatobazeiro onde utilizávamos da sombra para acampar, de um rio extremamente raso em que atravessávamos uma pontezinha, da plantação de amoras que eu e meu pai demos início, da tirolesa que montamos assim que começamos a construir a casa, de uma pseudocasadaárvore, do balanço que insistíamos em reconstruir toda vez que alguém rompia sua corda, do monte de areia em que as crianças costumavam dar vida à sonhos (Surgiram ali princesas, castelos, lagos, imaginação), dos vizinhos -amigos e família, da caverna que levávamos todos os amigos para visitar -fruto de cada vez mais mitos, da cidadezinha próxima onde todas as visitas se faziam presentes, e o que mais me aperta o coração nas lembranças... A vista do topo da montanha, aquele pôr-do-sol encontrado somente ali naquele cantinho específico, o ponto perfeito para as estrelas cadentes que apareciam nas madrugadas de domingo.
Sinto falta da época em que as coisas eram mais fáceis, a natureza estava junto à nós e não existiam maiores preocupações, e todo ano enquanto o natal se aproxima, me faço fonte, fonte de nostalgia e saudade. Saudade dos tios que se fantasiavam e juravam descer pela lareira para a alegria dos pequenos. Saudade dos presentes trocados exatamente à meia noite. Saudade do abraço coletivo antes da ceia, feita no fogão à lenha. Saudade da criança que se via feliz com aquele pouco, com o balanço de uma madeira, com os modões que tocavam cada dia mais alto no rádio da cozinha, com a água gelada do chuveiro externo, com a sala de vidro que nos despertava junto ao Sol, com o tempo de terra, barro e argila.
Há um tempo o tempo passou, pois sempre passa. Mas dizem que lembranças e nostalgias servem para revivê-los, portanto que assim seja, e que revivamos a saudade do tempo bom.
Era uma casinha no topo da montanha, como nos filmes, porém melhor (muito melhor!).
Me lembro de cada detalhe de minha infância nada conturbada, do jatobazeiro onde utilizávamos da sombra para acampar, de um rio extremamente raso em que atravessávamos uma pontezinha, da plantação de amoras que eu e meu pai demos início, da tirolesa que montamos assim que começamos a construir a casa, de uma pseudocasadaárvore, do balanço que insistíamos em reconstruir toda vez que alguém rompia sua corda, do monte de areia em que as crianças costumavam dar vida à sonhos (Surgiram ali princesas, castelos, lagos, imaginação), dos vizinhos -amigos e família, da caverna que levávamos todos os amigos para visitar -fruto de cada vez mais mitos, da cidadezinha próxima onde todas as visitas se faziam presentes, e o que mais me aperta o coração nas lembranças... A vista do topo da montanha, aquele pôr-do-sol encontrado somente ali naquele cantinho específico, o ponto perfeito para as estrelas cadentes que apareciam nas madrugadas de domingo.
Sinto falta da época em que as coisas eram mais fáceis, a natureza estava junto à nós e não existiam maiores preocupações, e todo ano enquanto o natal se aproxima, me faço fonte, fonte de nostalgia e saudade. Saudade dos tios que se fantasiavam e juravam descer pela lareira para a alegria dos pequenos. Saudade dos presentes trocados exatamente à meia noite. Saudade do abraço coletivo antes da ceia, feita no fogão à lenha. Saudade da criança que se via feliz com aquele pouco, com o balanço de uma madeira, com os modões que tocavam cada dia mais alto no rádio da cozinha, com a água gelada do chuveiro externo, com a sala de vidro que nos despertava junto ao Sol, com o tempo de terra, barro e argila.
Há um tempo o tempo passou, pois sempre passa. Mas dizem que lembranças e nostalgias servem para revivê-los, portanto que assim seja, e que revivamos a saudade do tempo bom.
Caro passado...
(Sobre um alguém que decidiu não ouvir o mundo em volta -Isso inclui minha pessoa- e perdeu seu passado para o presente. Indico - You know I'm no good)
Aquele sorriso reluzente aberto na maior parte do tempo, lindo, daqueles que os olhos semicerram quando aberto, lindo, dos quais roubam um seu quando aparecem, lindo, daqueles que ficam em sua mente quando a tal distância aparece. Lindo, o qual não soube valorizar. E hoje vejo aquele sorriso lindo sendo causado por outra, por ela que apareceu sem aviso prévio e roubou o coração de quem costumava deixá-lo sempre guardado, muito bem escondido por sinal.
Eu o amei, eu o amo, como devia ter amado enquanto estava comigo, como devo amar pelo fato de estar feliz (mesmo não sendo comigo). Costumava chamá-lo de "Rei das Peculiaridades", zombava de seus gostos um tanto quanto diferentes, o que me fez demorar a perceber que era exatamente o que fazia dele, ser ele. Onde já se viu um alguém gostar tanto de groselha? Ou assistir treze vezes o mesmo filme procurando erros de gravação? Por que todas as manhãs precisava se alongar ao som de uma música nova? Por que ria tanto de piadas de pontinhos? Eram tantas perguntas diárias, cujas respostas me faziam revirar os olhos, já que a zona de conforto é uma senhora traíra e uma vez colocados lá, jamais saímos sem feridas ou rancor. Hoje, me aninho no sofá com um outro, sentindo falta de seus papos aleatórios sobre a música que ouviu nessa manhã, sinto falta do amor selvagem, entregue pelas correntes metafóricas de suas mãos muito bem vividas. E passo todas as noites imaginando como seria se eu tivesse percebido que a vida é leve, que ele era leve como nossas manhãs brincando com o travesseiro, como nossas piadas sobre a roupa íntima um do outro. O remorso bate e não me vejo sem o medo de descobrir que ela o faz feliz, e que bebe seus drinks malucos de groselha para agradá-lo e que assiste todas as vezes os filmes somente para se divertir com aquela expressão engraçada que fazia observando o cenário e os figurantes de cada cena.
Mais um sorriso se abre à minha frente, e pela centésima vez, não. Não é tão iluminado quanto o dele, tampouco tão "contagiante" e o que esqueci de citar (talvez porque só lembre durante a noite, enquanto sua imagem vagueia por meus pensamentos de um modo sutil) não possui as covinhas que tanto gostava. E mesmo com o outro, posso encontrar um alguém sem defeitos ou algo do tipo, e ainda não serei feliz, afinal, não é ele. Não é o moço que ri de piadas ruins, nem o moço que fala mal das minhas calcinhas mais confortáveis.
O tempo me ensinou a valorizar as pessoas, e talvez, um dia eu pare de buscar nos sorrisos, a essência dele e acabe reencontrando a minha.
Com amor,
Um alguém que aprendeu a amar o passado.
Aquele sorriso reluzente aberto na maior parte do tempo, lindo, daqueles que os olhos semicerram quando aberto, lindo, dos quais roubam um seu quando aparecem, lindo, daqueles que ficam em sua mente quando a tal distância aparece. Lindo, o qual não soube valorizar. E hoje vejo aquele sorriso lindo sendo causado por outra, por ela que apareceu sem aviso prévio e roubou o coração de quem costumava deixá-lo sempre guardado, muito bem escondido por sinal.
Eu o amei, eu o amo, como devia ter amado enquanto estava comigo, como devo amar pelo fato de estar feliz (mesmo não sendo comigo). Costumava chamá-lo de "Rei das Peculiaridades", zombava de seus gostos um tanto quanto diferentes, o que me fez demorar a perceber que era exatamente o que fazia dele, ser ele. Onde já se viu um alguém gostar tanto de groselha? Ou assistir treze vezes o mesmo filme procurando erros de gravação? Por que todas as manhãs precisava se alongar ao som de uma música nova? Por que ria tanto de piadas de pontinhos? Eram tantas perguntas diárias, cujas respostas me faziam revirar os olhos, já que a zona de conforto é uma senhora traíra e uma vez colocados lá, jamais saímos sem feridas ou rancor. Hoje, me aninho no sofá com um outro, sentindo falta de seus papos aleatórios sobre a música que ouviu nessa manhã, sinto falta do amor selvagem, entregue pelas correntes metafóricas de suas mãos muito bem vividas. E passo todas as noites imaginando como seria se eu tivesse percebido que a vida é leve, que ele era leve como nossas manhãs brincando com o travesseiro, como nossas piadas sobre a roupa íntima um do outro. O remorso bate e não me vejo sem o medo de descobrir que ela o faz feliz, e que bebe seus drinks malucos de groselha para agradá-lo e que assiste todas as vezes os filmes somente para se divertir com aquela expressão engraçada que fazia observando o cenário e os figurantes de cada cena.
Mais um sorriso se abre à minha frente, e pela centésima vez, não. Não é tão iluminado quanto o dele, tampouco tão "contagiante" e o que esqueci de citar (talvez porque só lembre durante a noite, enquanto sua imagem vagueia por meus pensamentos de um modo sutil) não possui as covinhas que tanto gostava. E mesmo com o outro, posso encontrar um alguém sem defeitos ou algo do tipo, e ainda não serei feliz, afinal, não é ele. Não é o moço que ri de piadas ruins, nem o moço que fala mal das minhas calcinhas mais confortáveis.
O tempo me ensinou a valorizar as pessoas, e talvez, um dia eu pare de buscar nos sorrisos, a essência dele e acabe reencontrando a minha.
Com amor,
Um alguém que aprendeu a amar o passado.
quinta-feira, 31 de março de 2016
Quando aprendi a cantar o amor
É noite de lua cheia, estrelas absurdamente brilhantes e um clima exatamente como ela gostava, fresco mais para quente. Abram a roda, para essa canção quero meu melhor violão, e muito espaço para poder olhar as estrelas de modo que minha voz seja voltada às mesmas. Acalmem-se, acalmem-se, é a tal canção, é ela.
Calças largas, cabelos bagunçados devidamente escondidos por um boné com a aba voltada para trás, blusa larga na tentativa inútil de esconder uma cintura extremamente delineada e um sorriso insistente, daqueles que jamais somem, jamais! E dessa forma, descrevo ela, em uma palavra: diferente. Em um adjetivo totalmente inovador: ela.Ela que era uma artista da vida, perambulava cantando a felicidade, dançava com a ansiedade, pintava o sete, se necessário sete vezes já que pintava a persistência, era detentora de um corpo poético, não poesia de Camões, nada de formas corretas ou métrica rígida, era poesia de boteco em guardanapo dos que rendem noites alucinantes e sorrisos contagiantes. Era música, um samba-enredo pela manhã, com rima, ritmo animado e tudo o que tiver de direito, e um jazz bem cultuado à noite. Era uma exímia abraçadora, isso mesmo, tinha como sonho abraçar o mundo e cada ser inserido nele. Gostava de abraços repentinos e carinho doado. Era a dona da maior teimosia do tal mundo que abraçava, porque estar certa nem sempre era ser justa, e deixava claro sua constância com testa franzida e lábios formadores de linhas daquelas que separavam o austral do boreal e a realidade do mundo que fazia questão de alimentar em sua mente. Ela era criança, de todas maneiras possíveis, uma criança artista das que criavam apelidos criativos para aprender a brincar com as palavras e ao crescer, continuou criança e inocente, carente, sorridente... Continuou me ensinando a preservar a criança que brinca com as palavras dentro de nós. E como qualquer boa música, gostaria de mantê-la num vinil somente para mim, sempre por perto, sempre ouvindo-a. Mas o mundo toma tudo o que um dia foi nosso, ou melhor, tudo o que jamais deveria ter sido. Já que as pessoas passam por nossa vida para nos ensinar e finalmente aprendi a cantar, a cantar essa coisa louca, desafinada, desarranjada e desconcertante que é o amor.
Ah, mas a saudade nos faz nostálgicos, nos faz criar melodias com o passado para que possamos ouvir o presente e substanciar o futuro. Enfim, sobre meu melhor violão e as estrelas? Porque na primeira noite com alguém que valha a pena vocês discutirão o indiscutível, como a distância do local presente à uma estrela, enquanto ela te explica os diferentes tipos de contrabaixo utilizados em um disco dos Beatles ou do Muse. E sim, quem a vê falando sobre Russeou e Hume, não imagina que é a dona das piadas mais ridículas do mundo, apesar de conquistar gargalhadas até mesmo com essas. Afinal, artistas não fazem apenas arte, eles semeiam a beleza da espontaneidade, e essa canção é isso, é improviso, é espontânea, é ela.
quinta-feira, 24 de março de 2016
Uma carta à história
Bom dia, meu amor.
Pode ficar deitado, levo o café já que levantei mais rápido dessa vez. Você fica lindo descabelado, com essa cara amassada enquanto encara um dos meus quadros do Kandinsky, aquele que sempre pergunta o motivo de eu gostar tanto. Posso colocar Beatles durante o processo de levantar-logo-ou-não? Vai rir com meu pedido, mas tem um pouquinho da história de tudo em meu quarto, em minha mente, em minhas manhãs, em minha vida, e devo dizer: Como faz parte dela agora, quero história em nós também. Ou melhor, quero nós na história como um casal bom ou um casal fantástico. Posso ser uma personagem inocente fruto de um amor casual como Amélie, ou posso ser sua Amy, superando milhões de problemas e eternizando-o com certo desprezos em minha personalidade conturbada. Não?! Ok, então posso ser seu Efésion e então, meu Alexandre, podemos pular a parte de que você escolhe um outro alguém e ir direto para o amor até depois do fim. Também posso pincelar um pouco de Helena e te fazer causar alguma guerra por mim, porém, em nosso caso a guerra seria porque me esqueci de mandar aquele bom dia animado que insiste em me cobrar. E com essa pincelada, acrescentemos uma dose de algo um pouco mais forte, como Capitu, e que deixemos nosso caso em haver às perspectivas alheias. Ou sua Mata Hari, para que tudo tenha uma certa intensidade proibida.
Enfim, preciso parar de divagar sobre onde entraríamos na história, mas garanto que ficaríamos entre uma introdução parecida com "Eram loucos um pelo outro, e pelo destino que o fez caminhar exatamente para um tropeço certo" e uma conclusão mais ou menos como "E assim continuam, repetindo suas metáforas internas ano após ano, até que finalmente descubram onde se eternizarão". Porque se tem algo que quero fazer, é contar nossa história para quem quer que se pergunte de onde vem toda essa felicidade. Agora, já pode levantar e me dar aquele abraço que peço nas entrelinhas das nossas manhãs, vem? Prometo parar de parafrasear sobre nós. Dessa vez.
quarta-feira, 16 de março de 2016
Cativada por "nós"
Você sabe, não sou boa para me expressar, tento evitar palavras que imploram para sair e as deixo por aqui ou em algum lugar aqui dentro de mim. A questão é que ultimamente minhas palavras têm tomado um rumo diferente, elas permanecem no centro do meu peito, onde todo mundo insiste em dizer que é o coração. Que seja! Elas ficam por ali, e não mais levam "eu" como contexto e sim, "nós". Acreditava ter como motivo o fato de pela primeira vez eu fazer parte de um "nós", porém, descobri que é bem mais que isso, é estar finalmente adaptada com esse "nós". E que nos prendamos a nós cada vez mais fortes, difíceis de desatar e imponentes, porque quero cada vez mais nós em nós.
Já ouvi de tantas pessoas que não dará certo, que com o tempo essa nossa distância semanal irá cansar, que minha ausência pela arte irá incomodá-lo e que de alguma forma cada vez ficará mais difícil tê-lo por perto. E não ligo para o que dizem. Afinal, agora tenho uma inspiração para os fins de semana, e durante a semana, quero continuar pensando em você o tempo todo, ansiando vê-lo para ouvir sobre seu dia sufocante na empresa ou sobre alguma música sertaneja nova que cantaram até te tirar do sério. Quero encontrá-lo após minha rotina maluca de dança para ganhar aquele beijo que só você sabe dar, que compensa qualquer deslize anterior, quero aquele acompanhamento de orgulho e vergonha aparente quando faço algo constrangedor na presença de outras pessoas, quero passar os domingos te incomodando enquanto tenta montar o bendito quebra-cabeças. Pela primeira vez, quero fazer planos para nós, podem ser como os seus de não-sei-quantos-prazos, ou podem ser os do fim de semana, quero planejar cada minuto ao seu lado considerando que aproveitaremos o mesmo de qualquer forma. Quero continuar ao seu lado, e o mais importante, quero superar qualquer coisa com você. Quero cada vez mais nós.
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