Nossa essência provém de frasco montado onde uns acabam obtendo rachaduras, riscos, marcas de digitais permanentes, formas irregulares e design mais elaborado que outros, enfim, frascos e nada mais. Porque o que há é sempre o mesmo, a mesma essência, somos todos frutos de grandes nomes, criações moldadas a partir do odor que cada um, a partir de cada gota de suor específica e cada peculiaridade da fragrância.
Somos a inclusão dos que fizeram história em nosso cotidiano, somos a junção da aleatoriedade de um todo conhecido e o acaso de um anonimato. Somos o cigarro que fez Amy desistir de um amor que destruiu sua sanidade e sua vida, somos a boemia de Byron e suas escritas provenientes de casos negligenciados pela humanidade, somos a necessidade de mudança Duchampiana sendo criação de novas fontes ou o bom humor do desenho de um bigode em algo requintado demais, somos o erro de Edward ao fazer história por permitir a tragédia de seu Titanic, somos alucinações memoráveis de Burton e enredo muito bem finalizado de Hitchcock. No fundo, somos a fragrância que percorreu Eras, e hoje deposita-se em cada um para que uma nova escrita seja feita. Portanto, você está em seu "Era uma vez", em seu "Foi há tantos anos" ou em seu "E assim segue, dia após dia"? Que o cheiro dure, que a mudança faça variar perceptivelmente e que o roteiro seja histórico como se deve ser exalado.
quinta-feira, 23 de junho de 2016
quarta-feira, 22 de junho de 2016
Meu nome é Otário.
Durante muito tempo ele se importou demais com quem não devia, com aqueles que não mereciam. Ele se tornou vítima da frustração, do arrependimento e da saudade opulenta, chegou à beira de desistir e esquecer de qualquer contato mais afetivo, sofreu, sofreu demais, por amor.
Era entrega total, se dava aos abraços, se doava aos beijos, fascinava-se com facilidade por quem lhe dava reciprocidade, e aquelas que correspondiam às expectativas? Ah, essas tinham seu coração, e tendo-o, se entregava como se não pudesse fazê-lo. Com o tempo aprendeu que o amor é limitante, com todo carinho e todos os beijos não retribuídos, com todo o sacrifício por dois, três, quatro e algumas outras dezenas de decepções acumuladas embaixo do colchão com cada carta de borda amarelada. Perdeu causas, perdeu a compostura e o charme de quem acreditava que poderia mudar o mundo, seu mundo e o mundo de alguém. Muita experiência para quem hoje, se apresenta como longe de quaisquer relações, se fechou porque cansou de levar baques por amor, mas tudo bem, seja o que for, seja por amor as causas perdidas.
Era entrega total, se dava aos abraços, se doava aos beijos, fascinava-se com facilidade por quem lhe dava reciprocidade, e aquelas que correspondiam às expectativas? Ah, essas tinham seu coração, e tendo-o, se entregava como se não pudesse fazê-lo. Com o tempo aprendeu que o amor é limitante, com todo carinho e todos os beijos não retribuídos, com todo o sacrifício por dois, três, quatro e algumas outras dezenas de decepções acumuladas embaixo do colchão com cada carta de borda amarelada. Perdeu causas, perdeu a compostura e o charme de quem acreditava que poderia mudar o mundo, seu mundo e o mundo de alguém. Muita experiência para quem hoje, se apresenta como longe de quaisquer relações, se fechou porque cansou de levar baques por amor, mas tudo bem, seja o que for, seja por amor as causas perdidas.
quarta-feira, 15 de junho de 2016
Amor é o adeus que faz o olá existir
"Planejei tudo para matar essa saudade guardada aqui, vá até o portão, tenho um presente", ela apareceu com um laço vermelho contornando seus cabelos, de braços abertos, um sorriso de orelha à orelha e os olhos mais brilhantes que a lua acima de nós. Exatamente como a tinha deixado, intacta, sorridente, minha.
Há um tempo viajou, e me vi vazio como não pude imaginar, senti sua falta como se uma parte de mim tivesse ido junto. E voltou. Entrou em casa tomando posse da cadeira do meu quarto, exatamente como antes, tagarelava sobre os tropeções e esbarrões por cada país que visitou, e eu, perdido nela como sempre fui. Jogou os colchões na sala, colocou uma blusa minha, amontoou as almofadas e os cobertores rapidamente, sorridente disse que eram aqueles os planos, um abraços embaixo daquela caverninha de pelúcias que consumaria nosso tempo junto. E ansiei estar com o corpo ao lado do dela, como ansiava a manhã seguinte quando acordaria e daria de cara com ela lendo acompanha daqueles óculos enormes grudados em algum livro conceitual chato demais para mim, com as pernas cruzadas como indinho, concentrada (O jeito que mais amava vê-la). A madrugada voou, se voaria! Conversamos, nos amassamos e deixamos ser entrelinhas do ato de madrugar. Fui criança que havia se perdido há um tempo, quando ela saiu de perto, fui carinho que havia desacostumado e fui sorriso que há de estar descontrolado. E no dia seguinte, matei a saudade daquela "ela" que me fez apaixonar, com as pernas cruzadas e o cabeços pós-levantar, brega que só ela com a mania boba de usar mais de duas meias enquanto dorme, passamos o dia brigando e brincando como se não houvesse o adeus do amanhã. Ela viajaria de novo. E na despedida do dia seguinte, a única coisa que traçava esse elo maluco da nossa relação: O até mais do próximo encontro.
Porque amor pode durar muito enquanto dura pouco.
Há um tempo viajou, e me vi vazio como não pude imaginar, senti sua falta como se uma parte de mim tivesse ido junto. E voltou. Entrou em casa tomando posse da cadeira do meu quarto, exatamente como antes, tagarelava sobre os tropeções e esbarrões por cada país que visitou, e eu, perdido nela como sempre fui. Jogou os colchões na sala, colocou uma blusa minha, amontoou as almofadas e os cobertores rapidamente, sorridente disse que eram aqueles os planos, um abraços embaixo daquela caverninha de pelúcias que consumaria nosso tempo junto. E ansiei estar com o corpo ao lado do dela, como ansiava a manhã seguinte quando acordaria e daria de cara com ela lendo acompanha daqueles óculos enormes grudados em algum livro conceitual chato demais para mim, com as pernas cruzadas como indinho, concentrada (O jeito que mais amava vê-la). A madrugada voou, se voaria! Conversamos, nos amassamos e deixamos ser entrelinhas do ato de madrugar. Fui criança que havia se perdido há um tempo, quando ela saiu de perto, fui carinho que havia desacostumado e fui sorriso que há de estar descontrolado. E no dia seguinte, matei a saudade daquela "ela" que me fez apaixonar, com as pernas cruzadas e o cabeços pós-levantar, brega que só ela com a mania boba de usar mais de duas meias enquanto dorme, passamos o dia brigando e brincando como se não houvesse o adeus do amanhã. Ela viajaria de novo. E na despedida do dia seguinte, a única coisa que traçava esse elo maluco da nossa relação: O até mais do próximo encontro.
Porque amor pode durar muito enquanto dura pouco.
segunda-feira, 6 de junho de 2016
Ela é acorde
(Indico 3x4 do Engenheiros do Hawaii)
Ela conhece o mundo, os que ele habitam, os que já habitaram e os prováveis futuros habitantes, mas não se conhece, ainda busca descobrir de onde veio e o porquê. Até que pôs play em sua playlist e ouviu sua essência, seu modo de viver e sua história.
Exatamente, ela é um acorde, aquele em que as unhas raspam nas cordas da guitarra e acaba por causar arrepios em que quer que esteja ouvindo, ao mesmo tempo é aquele certeiro, suave, o qual tudo para e sua atenção se volta para o mesmo, também um fragmento daquele acorde ocasional que traz a harmonia necessária para o momento.
Vinda de um sussurro musical e uma junção das letras mais conceituais já criadas, vivia da maneira mais paradoxal entre acreditar que tudo era para sempre sem saber que o para sempre sempre acabava de Cássia e pagar seus pecados por acreditar no terno de viver uma só vez de Gessinger. Amava como se tivesse guardado para ele o amor que nunca soube dar, como se Nando a tivesse ensinado, por justamente ter sido ele quem a fez ter crença no amar sem medo. E justamente ela, medrosa que só! Medo de se entregar, pedir e calar, medo de concordar com Lenine que o medo não a deixa andar. Jovem, machucada pelos diversos esbarrões frontais nos moinhos, das quedas dos cavalos em que confiava, da crônica teatral de amor ilusória, muito prazer, chama-na de otária, já que sua única vez como protagonista de uma história de amor, na realidade passou de uma figurante buscando confiança, carregando dessa forma todo o peso daquele Chão de Giz que acompanhava-a durante os meros devaneios tolos amorosos definidos por Zé. Apesar de qualquer porém, aprendeu a afogar a calma salivando os beijos dele, como se Gadú os tivessem apresentado, aprendeu a amar, passar noites na cama certa e acordar na mesma. Ah, ela era linda assim deitada, com a cara amassada descrita por Iorc. E bastou encontrar alguém para que se tornasse sintonia, música lapidada, finalizada e sem mudanças de estúdio, até porque exagerada como Cazuza, é música simplesmente por ser artista no convívio dos que se propuserem a ser reciprocidade de seus ridículos e intolerantes amores falhos. É, fui sincera. Como não se pode ser.
Ela conhece o mundo, os que ele habitam, os que já habitaram e os prováveis futuros habitantes, mas não se conhece, ainda busca descobrir de onde veio e o porquê. Até que pôs play em sua playlist e ouviu sua essência, seu modo de viver e sua história.
Exatamente, ela é um acorde, aquele em que as unhas raspam nas cordas da guitarra e acaba por causar arrepios em que quer que esteja ouvindo, ao mesmo tempo é aquele certeiro, suave, o qual tudo para e sua atenção se volta para o mesmo, também um fragmento daquele acorde ocasional que traz a harmonia necessária para o momento.
Vinda de um sussurro musical e uma junção das letras mais conceituais já criadas, vivia da maneira mais paradoxal entre acreditar que tudo era para sempre sem saber que o para sempre sempre acabava de Cássia e pagar seus pecados por acreditar no terno de viver uma só vez de Gessinger. Amava como se tivesse guardado para ele o amor que nunca soube dar, como se Nando a tivesse ensinado, por justamente ter sido ele quem a fez ter crença no amar sem medo. E justamente ela, medrosa que só! Medo de se entregar, pedir e calar, medo de concordar com Lenine que o medo não a deixa andar. Jovem, machucada pelos diversos esbarrões frontais nos moinhos, das quedas dos cavalos em que confiava, da crônica teatral de amor ilusória, muito prazer, chama-na de otária, já que sua única vez como protagonista de uma história de amor, na realidade passou de uma figurante buscando confiança, carregando dessa forma todo o peso daquele Chão de Giz que acompanhava-a durante os meros devaneios tolos amorosos definidos por Zé. Apesar de qualquer porém, aprendeu a afogar a calma salivando os beijos dele, como se Gadú os tivessem apresentado, aprendeu a amar, passar noites na cama certa e acordar na mesma. Ah, ela era linda assim deitada, com a cara amassada descrita por Iorc. E bastou encontrar alguém para que se tornasse sintonia, música lapidada, finalizada e sem mudanças de estúdio, até porque exagerada como Cazuza, é música simplesmente por ser artista no convívio dos que se propuserem a ser reciprocidade de seus ridículos e intolerantes amores falhos. É, fui sincera. Como não se pode ser.
quarta-feira, 25 de maio de 2016
Era uma vez... A criança dentro de cada mulher
Quando pequena, assistia aos contos de fadas e acreditava que encontraria meu príncipe um dia. Esperava ansiosamente o dia em que receberia um beijo durante o sono de um homem mais que bem vestido ou o dia em que o homem dos meus sonhos me convidaria para valsarmos em frente a todas que o desejavam. Tive uma infância à la Disney típica de qualquer outra mocinha inocente. E a pergunta permanece: Onde foi parar a pequena que sonhava em ter seu príncipe?
Atualmente, se me tratam de forma educada já marco grandes pontos na lista. Se retribuem meus melhores sorrisos, alguns mil. E se me roubam beijos, estouram a pontuação dos bilhonésimos. Minha ideia ilusória de um estereótipo passou a se resumir em um alguém que aparece talvez em seu cavalo, em seu camelo, em sua lacraia ou o que quer que seja apenas que apareça quando preciso, que talvez me escolha entre todas as que o queiram e que, talvez, me trate como a princesa que fui um dia. Mesmo que há muito tempo, mesmo oculta por uma personalidade forte, uma personalidade a qual só os mais atrevidos desvendam, a princesa ainda existe, ainda espera que em algum momento puxem a cadeira para que possa sentar (Ainda que sem reação), ela ainda aguarda um elogio repentino quando menos arrumada e mais descontraída, porque sabe que para ser um príncipe não é necessário um título diante de todo palácio, e sim, fazer com que sinta-se uma princesa, tanto faz, por um segundo ou por toda a vida. A criança dentro de nós as vezes precisa de um mimo, como uma flor precisa da combinação água e Sol, termos Sol que faltava de repente passa a ser a necessidade de termos mais água.
Atualmente, se me tratam de forma educada já marco grandes pontos na lista. Se retribuem meus melhores sorrisos, alguns mil. E se me roubam beijos, estouram a pontuação dos bilhonésimos. Minha ideia ilusória de um estereótipo passou a se resumir em um alguém que aparece talvez em seu cavalo, em seu camelo, em sua lacraia ou o que quer que seja apenas que apareça quando preciso, que talvez me escolha entre todas as que o queiram e que, talvez, me trate como a princesa que fui um dia. Mesmo que há muito tempo, mesmo oculta por uma personalidade forte, uma personalidade a qual só os mais atrevidos desvendam, a princesa ainda existe, ainda espera que em algum momento puxem a cadeira para que possa sentar (Ainda que sem reação), ela ainda aguarda um elogio repentino quando menos arrumada e mais descontraída, porque sabe que para ser um príncipe não é necessário um título diante de todo palácio, e sim, fazer com que sinta-se uma princesa, tanto faz, por um segundo ou por toda a vida. A criança dentro de nós as vezes precisa de um mimo, como uma flor precisa da combinação água e Sol, termos Sol que faltava de repente passa a ser a necessidade de termos mais água.
quinta-feira, 19 de maio de 2016
Arte, de canto a canto.
Uma caneta, uma folha em branco, um cd com trilhas sonoras conceituais e um contexto transfigurado. Ou um teclado, a página do youtube rodando no aleatório das mais tocadas e um mente perdida. Essa sou eu, junção do ontem, do outrora e no aguardo e um amanhã. Sempre fui o que escrevo, sempre fui o que crio.
Quando pequena, era os desenhos feitos para o escritório do meu pai, baseada nas personagens à la Salvador dá-lhe-corpo-de-palito, todas com sua essência, exatamente como uma criança gostaria de se enxergar dali um tempo. Cada uma com seus cabelos coloridos, vestes extravagantes e um contexto social criativo. Essa era minha primeira impressão de mundo, fui desenho, fui desenhista, fui criatividade infantil. Por fim, aprendi a escrever e fui papel, caneta "igual de gente grande", lápis e borracha que sumia rapidamente pela mania de limpá-la atritando na parede, e com tais materiais, fui cordel citado na frente da sala toda com a vergonha ruborizando o rosto até queimá-lo, fui poesia de dia das mães com estrutura dissertativa, fui alfabeto errado e matemática sem as devidas vírgulas e os devidos sinais. Até que aprendi sobre a beleza de ser um outro alguém, e fui interpretação, correria atrás de coxias para a cena seguinte, tropeção em linóleo descolado, figurino rasgado e monólogo esquecido quase cego pelos holofotes falhos do teatro municipal, fui Shakespeare e caveira de Hamlet, fui e não fui, sempre foi a questão. E virei dança, rodopio, força nos braços, alinhamento de quadril, de costas, equilíbrio entre mente e corpo, equalização total da música com a alma, fui bolhas nos pés, conforto nas expressões e facilidade em dançar nos mais inusitados lugares. Hoje, sou junção de tudo. Talvez ainda nova para dizer, mas sou outdoor rasgado pelas intempéries, sou remendo de sílabas no final da folha para não gastar linha, sou música desritmada e ritmo sem batida correta, já que o coração bate por tudo o que já foi. Coração é e não é. Sou eu, mente daquela criança que desenhava sentada na escada situada na sala de casa enquanto o pai assistia ao jornal. Sou aliteração da mocinha que recitava os poemas mais sem sentido do mundo e ficava feliz com o único aplauso da professora (Por ser a pobre coitada ainda acordada). Corpo da adolescente que se via estudando, dormindo, comendo... Vivendo na dança, sou os joelhos calejados dos tombos e os braços suaves de tanto movê-los à la Cisne Negro. Sou escrita provinda de coração partido, sou as mãos de quem tocava a guitarra desafinada até finalmente aprender a afiná-la direto dos ouvidos (O que até hoje se torna difícil). Sou uma junção da arte que fiz. Sou o que a arte fez.
Quando pequena, era os desenhos feitos para o escritório do meu pai, baseada nas personagens à la Salvador dá-lhe-corpo-de-palito, todas com sua essência, exatamente como uma criança gostaria de se enxergar dali um tempo. Cada uma com seus cabelos coloridos, vestes extravagantes e um contexto social criativo. Essa era minha primeira impressão de mundo, fui desenho, fui desenhista, fui criatividade infantil. Por fim, aprendi a escrever e fui papel, caneta "igual de gente grande", lápis e borracha que sumia rapidamente pela mania de limpá-la atritando na parede, e com tais materiais, fui cordel citado na frente da sala toda com a vergonha ruborizando o rosto até queimá-lo, fui poesia de dia das mães com estrutura dissertativa, fui alfabeto errado e matemática sem as devidas vírgulas e os devidos sinais. Até que aprendi sobre a beleza de ser um outro alguém, e fui interpretação, correria atrás de coxias para a cena seguinte, tropeção em linóleo descolado, figurino rasgado e monólogo esquecido quase cego pelos holofotes falhos do teatro municipal, fui Shakespeare e caveira de Hamlet, fui e não fui, sempre foi a questão. E virei dança, rodopio, força nos braços, alinhamento de quadril, de costas, equilíbrio entre mente e corpo, equalização total da música com a alma, fui bolhas nos pés, conforto nas expressões e facilidade em dançar nos mais inusitados lugares. Hoje, sou junção de tudo. Talvez ainda nova para dizer, mas sou outdoor rasgado pelas intempéries, sou remendo de sílabas no final da folha para não gastar linha, sou música desritmada e ritmo sem batida correta, já que o coração bate por tudo o que já foi. Coração é e não é. Sou eu, mente daquela criança que desenhava sentada na escada situada na sala de casa enquanto o pai assistia ao jornal. Sou aliteração da mocinha que recitava os poemas mais sem sentido do mundo e ficava feliz com o único aplauso da professora (Por ser a pobre coitada ainda acordada). Corpo da adolescente que se via estudando, dormindo, comendo... Vivendo na dança, sou os joelhos calejados dos tombos e os braços suaves de tanto movê-los à la Cisne Negro. Sou escrita provinda de coração partido, sou as mãos de quem tocava a guitarra desafinada até finalmente aprender a afiná-la direto dos ouvidos (O que até hoje se torna difícil). Sou uma junção da arte que fiz. Sou o que a arte fez.
terça-feira, 10 de maio de 2016
(Ex)colhas
Toda relação é efêmera.
Salvar a arte de se afastar é exatamente o ato de abandonar seus pretextos, tudo o que te faz ser o que foi um dia com as pessoas inseridas na relação, é deixar a essência da probabilidade te acertar, já que provavelmente você estará segurando firme demais para não deixar tudo desabar, e provavelmente estará segurando tudo quando a noite cair, sozinho. Para que a arte seja salva é necessário apreciar o que a compõe, o que significa escolher entre deixar sua obra inacabada em um dia e continuar trabalhando na mesma indiretamente para que no dia seguinte possamos continuá-la, quebrando o fator efêmero e fazendo com que as relações se eternizem, dia após dia, expediente após expediente.
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